quarta-feira, 9 de junho de 2010

Da carência à necessidade de romance




















Certa vez referi-me a mim mesma como "romântica em excesso", sempre pensei em mim como uma pessoa extremamente romântica, tive então uma surpresa ao ser definida como "carente, não romântica" por uma pessoa que mal me conhecia.
Uma coisa curiosa é como as definições parecem particularmente importantes em alguns momentos, e também como a opinião alheia adquire peso e significado quando buscamos alguma outra referência que nos ajude a compreender algum conflito interno. (Tô falando igual a psicóloga...rs)
Será verdade que o poeta só é grande se sofrer, como disse Vinícius?
A carência, o romântismo, o sofrimento produziram grandes músicas, lindas poesias, contos e romances, novelas e filmes, talvez mais do que qualquer outro sentimento. Por algum motivo nós nos ligamos mais nas histórias de superação.
Joseph Campbell nos falou sobre a jornada do herói, aonde todo caminho passa por desafios, sofrimento, superação e transformação. Talvez alguns de nós estacionem no sofrimento e simplesmente não consigam dar o próximo passo. Talvez outros precisem passar mais tempo em algum desses estágios, há outros que sequer saem do lugar nessa jornada.
Aonde eu estou na minha jornada?
Parei em algum lugar na floresta escura e agora não consigo sair?
Ou será que estou prestes a sair mas ainda falta matar algum dragão?

Estava escutando Nana Caymmi cantando "Eu não existo sem você" e foi inevitável questionar se esse tipo de amor existe ou é produto da carência/romantismo do poeta?