quarta-feira, 30 de julho de 2008

"Bola pra frente"

Ontem levei uma surra, uma surra da vida. Aliás acho que as tenho levado diariamente. Dizem que as coisas acontecem para que compreendamos algo sobre nós, ou algo transcendente, não tenho certeza. Mas gostaria muito de entender, algum dia quem sabe, o motivo dos acontecimentos.
Conscientemente sei que são consequências de atos anteriores, das minhas desorganizações, dos esquecimentos, das fantasias, daquele ladinho que quase todo mundo tem e que acredita que tudo se resolverá magicamente. Eu acreditei na mágica, mas ela não aconteceu.
Tive uma vontade louca de chorar, mas não podia, no alto dos meus 37 anos não me permiti chorar. Apenas duas lágrimas correram teimosas em escapar da minha prisão interior. Depois respirei fundo e disse, amadurecidamente, "bola pra frente".
Bola pra frente... o que significa isso?
Poderia ser uma postura otimista perante um problema, mas no meu caso, foi só um jeito de aplacar a angústia. Não funcionou.
"A vida ensina"... não é assim que dizem por aí?
Nem todos são bons professores, nem todos os ensinamentos são proveitosos, a dor também ensina e o amor idem.
Sei que hoje estou triste, sem esperança, um pouco humilhada, mas.... "bola pra frente", afinal "a vida ensina".
Aguardemos...

quinta-feira, 10 de julho de 2008

O Dragão


"Soltar fogo pelas ventas".. é assim que as pessoas expressam seu sentimento à respeito de alguém furioso, raivoso, em fúria.
É assim que me sinto com certa frequência... soltando fogo pelas ventas.
Não sou uma pessoa raivosa, mas por algum motivo, tive que aprender a me defender, a defender minhas coisas, meus pensamentos.
Fui uma criança frágil, chorona e hoje desprezo as pessoas que choram muito ou que são muito frágeis.
Aprendi, a duras penas, que o romantismo não tinha grande função na minha vida... fiquei dura, realista, embora conserve alguma doçura que, penso, é da minha essência. Hoje o lado doce e carinhoso é exclusivo dos meus filhos. Acho que preservei para que eles pudessem usufruir de uma mãe mais acolhedora e continente.
Não sou pedra, mas sou quase.
Criei uma casca para o mundo, para os problemas e o sofrimento. É assim que me sinto forte.
Acho que as tartarugas também são assim... projetam sua força no casco.