segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Tudo na vida tem um propósito?

Não estou falando de Deus, ou de qualquer crença ou misticismo.
Não estou falando de energia, universo, o algo transcendente. Embora respeite muito quem pensa assim, não é meu objetivo aqui levantar bandeiras ou defender pontos de vista.
É apenas uma pergunta simples.
Tudo na vida tem um propósito?
Confesso que quero muito acreditar que sim, seria um enorme consolo pensar que há um objetivo maior na vida e no significado de tudo o que vivemos. Os sofrimentos, as desilusões, adquiririam outra perspectiva diante da existência.
Quem me conhece sabe que recentemente passei por uma cirurgia um pouco chata. Um dia antes da internação foi a festa de aniversário do meu filho mais novo (5 anos). Não fiquei ansiosa e sequer tive medo de morrer, mas pensei nisso.
E se eu morrer amanhã??
Pensei nos meus filhos, ainda pequenos, sem mãe. Como seria a vida deles? O que aconteceria?
Tive, ainda, a vaga idéia de chamar minha melhor amiga e recomendar algumas coisas que gostaria que fossem cumpridas caso passasse dessa pra melhor, mas não o fiz. Resolvi confiar que viveria e que se morresse, as coisas de alguma forma se ajeitariam. Não morri.
Sofri um pouco, mas cá estou, inteira novamente (ou quase).
Depois de tudo resolvi reformular a vida, algumas coisas que não estavam a contento deveriam ser alteradas. E então comecei minha empreitada rumo a uma vida mais organizada, mais regrada, mais tempo para os filhos, menos trabalho, guardar dinheiro pra viajar, etc.

Uma vez um amigo disse que Deus às vezes insiste em nos colocar de joelhos, não sei se ele tinha razão. Mas sinto que em determinados momentos vem a prova de força, outra de resistência e outras que não saberia nomear.

Bem, nestes últimos dias tenho estado muito triste. Se tudo na vida tem um propósito, talvez tenha encontrado o motivo de ter me formado psicóloga e mãe. Tenho enfrentado as agruras de uma mãe que descobre que o filho é deficiente auditivo... nunca achei que uma palavra fosse tivesse tanto peso... deficiente.
Eu me sinto assustada, perdida, frágil e me cobrando uma força e positividade que, sinceramente, não sei se tenho.

Se tudo na vida tem um propósito?
Honestamente, espero que sim.